segunda-feira, 5 de abril de 2010

Filosofia

CESSIN - Centro de Estudos Superiores de Santa Inês

Filosofia.

Prof°. Manoel de Jesus Fernandes

INTRODUÇÃO:

O sexto capítulo do livro 1 da Metafísica contém uma crítica explícita à filosofia de Platão, especificamente à teoria das Idéias, sistematizando as principais dificuldades do dualismo platônico, ou seja da relação entre o mundo das formas e o mundo natural. Alguns historiadores da filosofia grega consideram que Aristóteles retoma nesse texto algumas discussões acerca da teoria das Idéias já encontradas na própria Academia e que aparecem em certos diálogos platônicos como, por exemplo, na primeira parte do Parmênides.

A FILOSOFIA

Uma vez que estamos investigando esse tipo de conhecimento, devemos examinar o que são essas causas e princípios cujo conhecimento constitui Sabedoria.

Talvez fique mais claro se considerarmos as opiniões que temos sobre o homem sábio. Achamos, primeiro, que o homem sábio sabe todas as coisas, na medida do possível, sem ter ciência de cada uma delas individualmente; depois, que o homem sábio é aquele que consegue compreender coisas difíceis, aquelas que não são fáceis para a compreensão humana (pois a percepção sensorial, sendo comum a todos, é fácil e nada tem a ver com a Sabedoria); e, por fim, que em todo ramo de conhecimento um homem é mais sábio na medida em que está mais bem informado e é mais capaz de expor as suas causas.

Além disso, entre as ciências consideramos que aquela que é desejável por si mesma e pelo bem do conhecimento está mais próxima da Sabedoria do que aquela que é desejável por seus resultados, e que o superior é mais próximo da Sabedoria que o subsidiário; pois o homem sábio deve dar ordens, não recebê-las; também não deve obedecer aos outros, mas ser obedecido pelos menos sábios.

Tais são, em gênero e número, as opiniões que temos sobre a Sabedoria e o sábio. Decorre das qualidades aí descritas que o conhecimento de tudo deve necessariamente pertencer àquele que no mais alto grau possui conhecimento do universal, pois ele conhece em certo sentido todas as coisas particulares que o compõem. Essas coisas, a saber, as mais universais, são talvez as mais difíceis para o homem compreender, pois são as mais afastadas dos sentidos. E as ciências mais exatas são aquelas mais preocupadas com os primeiros princípios, pois aquelas baseadas em menos princípios são mais exatas que as que incluem princípios adicionais — por exemplo, a aritmética é mais exata que a geometria.

Além disso, a ciência que investiga causas é mais instrutiva do que uma que não o faz, pois é aquela que nos diz as causas de qualquer coisa particular que nos instrui.

Ademais, o conhecimento e o entendimento desejáveis por si mesmos são mais alcançáveis no conhecimento daquilo que é mais cognoscível. Pois o homem que deseja o conhecimento por si mesmo vai desejar sobretudo o conhecimento mais perfeito, que é o conhecimento do mais cognoscível, e as coisas mais cognoscíveis são os princípios e causas primeiros; porque é através e a partir destas que outras coisas vêm a ser conhecidas e não esses princípios através das coisas particulares por eles compreendidas. E é suprema e superior às subsidiárias a ciência que sabe com que fim cada ação deve se realizar, fim que é o Bem em cada caso particular e, em geral, o Bem supremo de toda a natureza.

Assim, em conseqüência de todas as considerações acima, o termo que estamos examinando inclui-se na mesma ciência que deve especular sobre os primeiros princípios e causas; pois o Bem, isto é, o fim, é uma das causas.

Que não se trata de uma ciência prática fica claro através de um exame dos primeiros filósofos. É pela indagação que os homens começam agora e começaram originalmente a filosofar, indagando-se em primeiro lugar sobre perplexidades óbvias e, depois, em progressão gradual, fazendo perguntas também sobre as questões maiores, como as mudanças da lua e do sol, as estrelas e a origem do universo. Ora, quem indaga e está perplexo sente-se ignorante (assim o mitôrnano é em certo sentido um filósofo, porquanto os mitos se compõem de indagações); de modo que, se foi para escapar à ignorância que os homens estudaram filosofia, é óbvio que procuraram a ciência pelo conhecimento e não por qualquer utilidade prática. O curso efetivo dos acontecimentos é prova disso, pois as especulações desse tipo começaram numa época em que praticamente todas as necessidades da vida já estavam supridas.

Então fica claro que não é por vantagem extrínseca alguma que buscamos esse conhecimento; pois, exatamente como dizemos independente um homem que existe para si mesmo e não para outro, assim dizemos que essa é a única ciência independente, porquanto é a única que existe para si mesma.

Por essa razão, é de supor justamente que a sua aquisição está além do poder humano, uma vez que sob muitos aspectos a natureza humana é servil; caso em que, como diz Simônides, “só Deus pode ter esse privilégio”, devendo o homem buscar somente o conhecimento ao seu alcance.

Com efeito, se os poetas estão certos e a Divindade é por natureza invejosa, é provável que seja nesse caso particularmente invejosa, e infelizes todos aqueles que excelem em conhecimento. Mas é impossível à Divindade ter inveja (com efeito, como diz o provérbio, “os poetas falam muita mentira”), nem devemos supor que outra forma qualquer de conhecimento seja mais preciosa que essa, pois o que é mais divino é mais precioso. Ora, só há duas maneiras pelas quais esse conhecimento pode ser divino. Uma ciência é divina se for tipicamente propriedade de Deus ou se ocupar-se de questões divinas. E só esta ciência preenche ambas as condições: porque (a) todos acreditam que Deus é uma das causas e um princípio e (b) é o único ou maior possuidor desse tipo de conhecimento. Conseqüentemente, embora todas as outras ciências sejam mais necessárias que esta, nenhuma a supera em excelência.

A aquisição desse conhecimento, no entanto, deve em certo sentido resultar em algo que é o reverso da perspectiva com a qual iniciamos a investigação. Tudo começa, como dissemos, com a indagação de por que as coisas são como são, por exemplo as marionetes, os solstícios ou a imensurabilidade da diagonal de um quadrado; porque, para quem ainda não percebeu, parece maravilhosa a causa pela qual uma coisa não é mensurável pela menor unidade. Mas devemos acabar com a visão contrária e (de acordo com o provérbio) a melhor, como fazem os homens mesmo nesses casos quando compreendem as causas; pois um geômetra não indagaria tanto uma coisa quanto o faria se a diagonal se tornasse mensurável.

Assim expomos qual é a natureza da ciência que buscamos e a que objeto
deve visar nossa busca e toda a nossa investigação.

15 comentários:

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  2. Você usará tais conhecimentos a partir do momento em que conseguir compreeder diferentes abordagens, utilizando como ferramenta principal o pensamento e a reflexão.Partindo desses fundamentos, você será capaz de comparar, qualificar, questionar e articular conhecimenos filosóficos em qualquer situação.
    Uma base filosófica permitirá que você tenha uma visão do todo, contribuindo de forma consciente para a sociedade em que vive.

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  3. Jonilda 1 período pedagogia UEMA - CESSIN
    O texto nos leva a investigar, a fazer indagações sobre perplexidades óbvias, como o texto mesmo explica, ele nos desperta a fazer argumentações a montar nosso próprio texto a procura mais nos informar, ler e formular nossos conceitos e assim levar a pratica do nosso dia a dia.

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  4. O texto nos ajuda penasa como a filosofia é importante para nós, pois podemos perceber a imensidão de conheciments adquiridos durante o estudo desta ciência, que nos leva a indagar sobre a nossa verdadeira ixistência,e como devemos nos conportamos diante de varios problema.
    Edmilson 1º Periódo de Pédagogia, UEMA cESSIN

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  5. Andréia Santos 1° período de pedagogia
    A filosofia é uma das ciências mais importante que existe isso nós já sabemos, sabemos também que é ela que nos leva a questionar coisas banais ou não tão banais assim, é essa ciência que nos leva a pensar coisas, que nós de hoje em dia não gostamos de fazer, pois achamos chato. Quando investigamos, indagamos, questionando algo estamos adquirindo conhecimento e quem tem conhecimento tem Sabedoria, é como o texto diz “Pois o homem sábio deve dar ordens e nao recebe-la”.

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  6. GENILDA 1°PERIODO DE PEDAGOGIA
    O texto nos passa que a filosofia é sem duvida a " Ciência das Ciências" ela nos instrui, nos faz querer investigar e ir em busca do conhecimento. Que não se trata de uma ciência prática fica claro, mas também não precisamos ser verdadeiros filosofos para entedê-la.
    É através da indagação que começamos a filosofar primeiro sobre perplexidades óbvias e, depois em progressão gradual, fazendo perguntas sobre questões maiores,como por exemplo a origem do universo.
    É como o texto fala " Quem indaga e está perplexo sente-se ignorante, de modo que foi para escapar da ignorância que os homens estudaram filosofia".
    Então fica claro que a filosofia concerteza é a ciência do conhecimento e da sabedoria.

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  7. Junior(1º período de Pedagogia):a Filosofia como ciência nos leva a ir em busca de respostas para os nossos diversos questionamentos, gerando o conhecimento. Seremos erternos indagadores em que o nosso maior resultado de conquista será a sabedoria.

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  8. Aldymare Pedagogia: A Filosofia propõe questionamentos até então aceitáveis, sem qualquer indagação de verdade, sermos libertos de qualquer opnião exata. Através desse conhecimento podemos formular novas perguntas modificando nossas opniões predefinidas seria uma maneira de resolver problemas futuros.

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  9. ANDRESSA(1º período de Pedagogia):

    A filosofia estimula a busca ao saber, ao conhecer através das indagações procurando chegar ao conhecimento.

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  10. A filosofia é conhecida como, amor a sabedoria e a educação procura o conhecimento, a sabedoria. Então a sabedoria tem uma relasão muito grande na aria da educação, assim como o texto diz " embora todas as outras ciências sejam mais necessária que esta, nenhuma a supera em exelensia".Porque ela abrange varias arias do conhecimento, nos faz perguntar indagar sobre tudo, por isso ela é muito emportante para a nossa educação.

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  11. Daniele C. Soares (1° Período/ Pedagogia)

    Compreendi que a filosofia nos leva a buscar o conhecimento através da nossa ignorância, pois o que sabemos é apenas uma gota, é tão pequeno diante do oceano imenso de conhecimento que podemos explorar. Uma parte deste texto me chamou a atenção:
    O homem sábio deve dar ordens, não recebê-las; também não deve obedecer aos outros, mas ser obedecido pelos menos sábios.

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  12. Eva Emanuelle B. Matos. (1 periodo/pedagogia)
    O que me chamou mais atenção nesse texto "ato de filosofar" foi que ele mostra que a filosofia é uma ciência que leva o ser humano a indagar, a questionar algo mais simples como mais complexo, como proprio diz do texto, " primeiro lugar sobre perplexidade óbivias e depois, em progressão gragual, fazenfo perguntas sobre questões maiores, como a mudança da lua e do sol, estrelas e ogrigem do universo".buscando os princípios de todas as coisas já existentes.

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  13. ELIDA 1° PERIODO PEDAGOGIA
    A FILOSOFIA,DIFERENTE DE OUTRAS DISCIPLINAS NOS PERMITE DEBATER UM ASSUNTO OU UMA QUESTAO, E SE DA TAMBEM A UM DESENVOLVIMENTO DE IDEIAS E TEORIAS OUTRORA VINCULADAS SOMENTE EM PAPEL.NOS PERMITE TAMBEM A TER UMA VISAO DA BEM MELHOR DA REALIDADE QUE NOS CERCA.

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  14. Comentário sobre o texto
    Ana Rosa Diniz dos Santos


    As críticas feitas na idéias de Platão nos remetem que mesmo criticadas, foram retomadas porque Platão tinha a sua própria maneira de pensar contestada pelas suas teorias, ou seja, quem achava que Platão não estava correto logo teve outra forma de pensar.
    E que o homem que adquire sabedoria só para si não é sábio. Pois ninguém sabe tudo ou sabe-se na medida em que ele for buscar explicações para suas duvidas através do conhecimento. E mesmo assim encontramos muitas vezes dificuldades, pois para cada ciência há uma associação. Além disso, nenhuma ciência e superior às outras, às vezes descobrimos algo que achávamos "absurdas" ou que admiração para aquela ciência não quer dizer que ela seria superior às outras. E no mundo em vivemos temos dar ordens e recebê-las também. E ficar na ignorância com tantas tecnologias e modernidade é ficar parado no tempo. Pois graças à sabedoria dos grandes pensadores que hoje dar ao homem a livre privilégio de pensar e agir mesmo com sabedoria outras vezes com ignorância.
    Nenhum rumo da ciência sabe mais do que a outra, as vezes a afinidade nos leva a ter mais domínio de uma. Pois na maioria quem sabe matemática, já não tem afinidade para geografia.
    Mas buscar a cada dia nos aprimorar é um desafio que teremos que enfrentar diante de tais situações. E que só através do conhecimento que buscamos a razão e a comprovação da verdade. A Filosofia nos faz refletir, pensar, raciocinar e agir com razão.
    Cada dia que obtivermos conhecimentos novas fontes e novas perguntas surgirão. A sabedoria está naqueles que a busquem, pois nem todo “sábio” age com sabedoria.

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  15. Francilene Costa 1º periodo de pedagogia
    O texto no mostra a importância da filosofia nas nossas vidas, pois no nosso dia a dia nos debatemos com varios questionamentos na qual a filosofia vem a nos mostra algo favoravéis sobre esses aspectos.

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