terça-feira, 20 de abril de 2010

Filosofia da Educação

Filosofia da Educação
CESSIN - Centro de Estudos Superiores de Santa Inês Filosofia da Educação. Prof°. Manoel de Jesus Fernandes POR QUE OS SERES HUMANOS SE EDUCAM?
RUBEM ALVES, 73 anos, escritor, gosta dos temas comuns da vida e escreve histórias para crianças. Assim apresenta-se o renomado educador, e vai logo dizendo: “nesse momento a minha grande preocupação e a minha grande aflição é a crise ambiental que está se anunciando sobre a terra. Há previsões de que ao final do século haverá apenas uma região terrestre para ser habitada, que é o pólo Sul, O gelo vai derreter e o resto do planeta vai se transformar num deserto. Isso me dá grande tristeza. Há muita coisa que pode ser feita para reflorestamento, despoluição, controle ambiental. Mas para mim, estes são cuidados paliativos. A coisa é muito simples: nós somos um planeta limitado, com recursos limitados. E a idéia de crescimento constante é absolutamente incompatível com as limitações do planeta”.Na internet: www.rubemalves.com.br INTRODUÇÃO: A primeira razão por que os seres humanos aprendem é para sobreviver. Nós aprendemos ferramentas de sobrevivência. Todos os saberes são ferramentas de sobrevivência, E para isso que a gente aprende. Os nossos saberes têm que ter um objetivo prático. Para que servem? Para dar competência para sobreviver. Outra coisa é que a gente aprende não só para sobreviver, mas para sobreviver bem. Nós temos padrões estéticos de beleza, de prazer, de busca. Isto faz parte da vida humana. Vida humana não é só viver, mas é vida com a toda sua exuberância cultural. O que está acontecendo é que a coisa fundamental para que isso se dê, que é a vida, está sendo colocada em cheque. Do meu ponto de vista, a primeira prioridade para a educação, seria exatamente a questão da sobrevivência da Terra. Em tudo o que se ensina deveria se fazer a pergunta: o que é que isto tem a ver com a preservação da Terra? Porque se ensina muita coisa que não tem a ver com coisa nenhuma. Mas agora existe uma prioridade, e nós temos que tomar esta prioridade que é a preservação da Terra, a salvação da Terra. OS EDUCADORES ESTÃO PREPARADOS PARA EDUCAR PARA A VIDA? Há educadores extraordinários. Há escolas extraordinárias. Mas há professores que vivem numa situação de penúria de indigência intelectual nesses confins do Brasil. Se a educação é a grande prioridade, fico desanimado. E a gente tem que pensar: o que a gente pode fazer? Do meu ponto de vista, a transformação da educação brasileira não virá de nenhum ato burocrático, institucional. Aliás, a burocracia é a grande inimiga da educação, porque a burocracia impede as soluções ou as apreensões da realidade que acontecem no dia-a-dia, porque a burocracia formaliza tudo. As coisas são todas em grade. Aliás, se usa esta expressão na escola: a grade curricular. Eu diria que a expressão grade curricular foi inventada por um carcereiro desocupado. A vida não acontece em grades. Então é preciso mudar a substância da nossa educação. COMO ISSO ACONTECE NA ESCOLA? Vou dar um exemplo bem simples, o exemplo que mais uso: acho análise sintática absolutamente inútil. Não ensina as pessoas a ler, não ensina as pessoas a compreender, não tem a menor utilidade. Por que a análise sintática está no programa? Porque devia haver algum professor de análise sintática na comissão que elaborou os programas. Os programas não são feitos pela análise das necessidades, os programas são feitos por vaidades pessoais. Então, gasta-se tanto tempo com isto. O que deve mudar? Quero muito que os alunos amem a leitura e amem os livros. Mas como é que a gente ama a leitura e ama os livros? Lendo, lendo lendo! A gente aprende lendo e não fazendo análise sintática. Se quiserem colocar análise sintática na pós- graduação, ótimo, mas para a menina lá de 12 anos de idade não tem a menor utilidade, não ensina a ler. Então, as crianças, os adolescentes, têm que ler muito sobre a nossa crise para saber o que está acontecendo. As pessoas, em geral, no dia-a-dia, não se dão conta da gravidade. E como se isso não fosse com elas. Isso é resultado do nosso hábito de televisão. Você vê as coisas acontecendo na televisão, mas nunca é com você. Sempre é uma coisa lá adiante. Então você coloca também a crise ambiental como se fosse na terra da televisão, como se não tivesse nada a ver com você, como se não fosse a sua vida e a vida dos seus descendentes. O QUE OS JOVENS ESPERAM DOS PROFESSORES E DA EDUCAÇÃO? E difícil você pensar os jovens em geral. Eu acho uma coisa: a gente aprende, tem que aprender aquilo que tem a ver com o que está em torno da gente. Se eu vivo numa floresta amazônica, não tem o menor sentido eu aprender coisas do deserto do Saara, porque não é o meu meio ambiente. Se existe um menino de 14-15 anos que vive numa periferia violenta ou no tráfico de drogas, ele precisa aprender coisas que tenham a ver com esse seu ambiente. Todos os alunos querem aprender coisas que tenham a ver com a sua vida. Mas a grande crítica dos alunos é que as coisas que estão lá não têm a ver com a sua vida. Houve uma estatística sobre os alunos que deixam à escola, e lá diz que a grande razão pela qual os alunos deixam a escola não é porque não tenham dinheiro para pagai; mas é porque a escola é muito chata. E por que a escola é chata? Porque não tem a ver com os problemas concretos que as crianças e os adolescentes vivem. E SOBRE O GENOCÍDIO DA JUVENTUDE BRASILEIRA QUE É MUITO GRANDE NAS PERIFERIAS?Eu lamento muito, não sei o que dizer. O fato é que a gente está no momento com uma série de problemas para os quais nós não temos soluçao. A criminalidade hoje é uma realidade completamente diferente do que era há 30 anos. Antigamente a criminalidade era o marido que matava a esposa, por infidelidade; era um que roubava lá, que roubava cá, eram atos individuais. Hoje, o crime se constitui numa empresa riquíssima. E um negóci muito bem organizado. Então não é mais aquele pobre que assalta o outro. São empresas que se especializam em ganhar dinheiro. Logo, o crime, não é coisa de gente pobre, é coisa de gente rica, O que fazer? Eu não sei de ninguém que tenha uma resposta para isto. Então, eu me sinto assim vivendo num mundo cheio de problemas para os quais simplesmente não tenho resposta. EM TENNOS DE ESPERANÇA, O QUE DIZER PARA OS PROFESSORES E PARA OS JOVENS? Olha, as pessoas, nas coisas que elas crêem, têm sempre uma dose de esperança. A esperança que eu tenho hoje é muito diferente da esperança que eu tinha há 30 anos, por exemplo. As pessoas me perguntam: você tem esperança de que estas coisas que você acredita venham a se realizar? E eu respondo a elas: há muito tempo que não faço esta pergunta. Não estou me interessando pela colheita. Só estou me interessando pela semeadura. Se eu tenho um desafio e quero ver se a minha resposta vai dar certo, simplesmente faço o que é correto. Eu faço a minha semeadura, fico feliz com minha semeadura e vamos dizer que a colheita a Deus pertence, não está nas minhas mãos. O que importa é a gente ser honesto com a gente mesmo, viver a vida com integridade e é isso o máximo que a gente vai fazer, E se a coisa vai acontecer ou se não vai acontecer, continua semeando.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Comentários Prof. Manoel

Comentários Prof. Manoel
MADGLINES DISSE...
Nosso raciocínio é a chave do progresso até onde se quer chegar.
Prof. Manoel
Você foi muito precisa e coesa nas idéias, mas precisaria desenvolver melhor o seu pensamento. OK!

6 de abril de 2010 19:01
FRANCISCO DISSE...
Dentre várias utilidades, os conhecimentos na área de Filosofia são importantes para que você consiga associá-los à concepção de uma educação para a liberdade, proporcionando-lhe uma formação de um ser pensante e autônomo, dotado de uma identidade social única.
Prof. Manoel:
Gostei, ficou ótima a sua explanação, utilize outros conceitos que confirme a sua reflexão.

11 de abril de 2010 09:18
JONILDA DISSE...
Jonilda 1 período pedagogia
Eu já tinha assistido a esse vídeo varias vezes mais hoje eu assistir ele com outro olhar um olhar filosófico e ele me levou a muitas viagens. A filosofia nos leva a muitas sabedorias, nos leva a perguntar o porquê disso e daquilo nos leva a pensar e não "Maria vai com as outras" o vídeo ele é bem claro ele nos leva a indagações mais simples do nosso dia e do mundo.
Prof. Manoel:
Que bom que provocou algo em você, não esqueça que você é um ser pensante
11 de abril de 2010 18:03
Evelyn Maria disse...
EVELYN Mª S. VIEIRA
1° período de LETRAS no CESSIN
Esse vídeo, é muito sábio, pois o que é a mente humana sem pensamentos? Sabemos que o ser humano é um ser que rir, chora, ama, e acima de tudo vive, somos seres que queremos saber o PORQUÊ de tudo."A mente de um homem expandida por uma nova idéia não consegue nunca voltar às suas dimensões originais."
Prof. Manoel:
Espero que realmente o conhecimento possa ajudá-la para enriquecer na descoberta dos saberes que levam o ser humano a lugares altos, ou melhor, a vôos.


( Oliver Wendall Holmes ).

12 de abril de 2010 10:18
Sr. Liza biletrista disse...
ELIZAMAR C. LOPES
1° período de LETRAS no CESSIN
Assim como BUDA afirma que "Nós somos o que pensamos e tudo que somos surge com os nossos pensamentos. Com nossos pensamentos fazemos o mundo" Sabe-se que o homem é capaz de tudo, ou melhor quase tudo, pois a única coisa que o homem não tem capacidade é de deletar os pensamentos, pois eles são importantes para o ser vivente.
Prof. Manoel:
Podemos até dizer que somos o que pensamos, mas nem tudo que pensamos é algo verdadeiro e possível de ser realizado.
12 de abril de 2010 11:10
EDGOSTOSÃO DISSE...
Edmilson 1º de Pedágogia UEMA Cessin.
O vídeo nos mostra que está presente em todos os de nossa e nos ajuda questionar o passado e o futuro, será se isso ou aquilo aconteceu mesmo pra isso que está na ciência, para nos ajudar resolver estes problemas.
Prof. Manoel:
Eu sei que você quis dizer algo, mas fica impossível se ter uma conclusão óbvia.

13 de abril de 2010 06:12
ANDREIA DISSE...
Já tinha assistido o filme mas não com um olhar filosófico,mas assistindo agora me leva entender que tudo esta se transformando e com essa transformação vem as indagações o porque dessas mudanças.
Prof. Manoel:
Qual é realmente a sua conclusão as mudanças ou as indagações?
13 de abril de 2010 06:21
GENILDA DISSE...
Genilda 1° perido de pedagogia
Esse vídeo nos leva a uma viagem pelo passado de coisas que já se foram,mas que parecem tão presente. Isso nos mostra que a vida é cheia de mudanças e nos filósofos que somos devemos acompanhar essas transformações sempre nos questionando e dividindo nossas experiências de pensamento.
Prof. Manoel:
Ficou ótima a sua conclusão, mas afinal quais as experiências de pensamentos?


13 de abril de 2010 06:46
ALDYMARE DISSE...
Aldy Mary Pedagogia: Somos levados a questionar sobre a verdade de nossa existência, se algumas situações ocorreram realmente. Ter opinião própria, mesmo que elas venham divergir com as de outras pessoas, independente de sua certeza na totalidade. Claro que algumas opiniões receberão críticas inaceitáveis, mas nossa percepção individualista deverá ser respeitada.
Prof. Manoel:
O que nos pesamos ou que falamos, pode ou não contribuir para o conhecimento. Mas as nossas verdades podem ser aceitas ou não. O que realmente vale não é convencer, mas ser consciente das suas próprias idéias.

14 de abril de 2010 06:11
JUNIORPEDAGOGO DISSE...
Junior(1º período de Pedagogia):O pensamento do homem é que o leva a ir em busca do conhecimento.O mesmo sempre se questionará sobre a verdade, tendo assim uma atitude crítica que o levará a ir em busca de respostas para os seus questionamentos. Sendo um conquistador da sabedoria.
Prof. Manoel:
Realmente você compreendeu a essência e fez uma boa conclusão.

14 de abril de 2010 06:22

terça-feira, 13 de abril de 2010

Historia da Psicologia

CESSIN

Fundamentos da Psicologia

Professor: Manoel de Jesus Fernandes

UM BREVE RESUMO DA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

INFLUÊNCIAS FILOSÓFICAS:

Há milhares de anos atrás, desde que o Homem se percebeu como um ser pensante, inserido em um complexo que chamou de Natureza, ele vem buscando respostas para suas dúvidas e fatos que comprovem e expliquem a origem, as causas e as transformações do mundo. No entanto, o comportamento e a conduta humana são assuntos que sempre nos fascinou e estão registrados historicamente ao longo desses anos. Isso faz com que a Psicologia seja uma das mais antigas e uma das mais novas disciplinas acadêmicas, criando assim esse paradoxo.

Durante muito tempo se procurou explicações para as questões naturais e humanas através de personagens Mitológicos. Para os Gregos, os Mitos eram narrativas sagradas sobre a origem de tudo; eram tudo em que acreditavam como verdadeiro. Os poetas-videntes, que narravam os Mitos, possuíam uma autoridade mística sobre os demais, pois eram "escolhidos dos deuses" que lhe mostravam os acontecimentos passados através de revelações e sonhos, para que esses fossem transmitidos aos ouvintes. Com o passar do tempo a Mitologia parecia não satisfazer mais, pois se notava insuficientemente eficaz para a quantidade cada vez maior de questões, e no início do século VI antes de Cristo, nasce a Filosofia, que significa "Amizade pelo Saber" e define uma forma característica de pensar (pensamento racional). Com ela vários filósofos se destacaram cada um com sua forma particular de pensar e de procurar a sabedoria.

Alguns dos fatos históricos que facilitaram o surgimento da Filosofia na Grécia foram as viagens marítimas (descobertas de novos mundos), a invenção do calendário (abstração do tempo), a invenção da moeda (forma de troca), o surgimento da vida urbana (ambiente para propagação), a invenção da escrita alfabética (registro abstrato de idéias), a invenção da política (Ética da Polis), que introduziu três fatores decisivos: as leis, o surgimento de um espaço público, e a estimulação de um pensamento coletivo, onde as idéias eram transmitidas em forma de discurso público.

Através da Filosofia grega, que foi instituída no ocidente, foi-nos possível conhecer as bases e os princípios fundamentais de conceitos que conhecemos como

razão, racionalidade, ética, política, técnica, arte, física, pedagogia, cirurgia, cronologia e, principalmente o conceito de ciência.

Entre os vários filósofos gregos que contribuíram com suas idéias, temos:

- Pitágoras (séc. V a.C.) – para ele, a completa sabedoria pertencia somente aos deuses, mas era possível apreciá-la, amá-la e com isso, obtê-la. Dizia que a natureza é formada por um sistema de relações ou de proporções matemáticas, de tal modo que essas combinações aparecem aos nossos órgãos dos sentidos sob a forma de qualidades dualísticas.

- Parmênides (+/- 544 - 450 a.C.) – segundo ele, para chegarmos à verdade não podemos confiar nos dados empíricos, temos que recorrer à razão. Nada pode mudar, só existe o ser imutável, eterno e único, em oposição ao não ser. Temos de ignorar os sentidos e examinar as coisas com a força do pensamento. O que está fora do ser não é o ser, é nada, o ser é um.

- Heráclito (+/- 540 - 470 a.C.) – as suas idéias são contrárias às de Parmênides e é considerado o mais importante dos pré-socráticos. É dele as frases:

Tudo flui. O LOGOS é o princípio cósmico. Não entramos no mesmo rio duas vezes. A verdade encontra-se no DEVIR e não no ser. A Alma não tem limites, pois o seu logos é profundo e aumenta gradativamente. O pensamento humano participa e é parte do pensamento universal. Deus manifesta-se na natureza e é está cheio de opostos. A terra cria tudo e tudo volta para ela.

Estes e muitos outros filósofos, que são chamados de pré-socráticos, contribuíram para o encerrar de uma visão mítica e religiosa que se tinha até então da natureza e a partir daí foi adaptada uma forma científica e racional de pensar. Sócrates é considerado um "divisor de águas" na Filosofia.

Sócrates (470 - 399 a.C.), a sua biografia é contada por Platão em várias das suas obras, pois Sócrates, conforme dizem, era analfabeto. Usando um método próprio, chamado de «maiêutica» (Trazer à Luz - fazer parir), que partia de perguntas feitas às pessoas, ele fazia com que elas "parissem as suas próprias idéias" sobre as coisas. Comparava a sua técnica filosófica, a qual acreditava que ajudava a existência humana à aperfeiçoar seu espírito, com a atividade da sua mãe, que era parteira. Para Sócrates as etapas do saber são quatro: Ignorar a sua própria ignorância; conhecer a sua Ignorância, Ignorar o seu saber e conhecer o seu saber. Teve vários seguidores, causou muita irritação por suas "idéias pervertidas" e por um júri de cinqüenta pessoas foi condenado à morte por envenenamento, bebendo a Cicuta. Poderia ter fugido da prisão, ter pedido clemência ou ainda ter saído de Atenas, mas simplesmente não quis, tornando-se assim o primeiro mártir da Filosofia.

Após Sócrates, temos alguns filósofos cujas idéias são de extrema importância para que a Psicologia se destacasse. Por exemplo, Platão, Aristóteles e outros filósofos gregos preocupavam-se com muitos dos problemas que hoje cabe aos Psicólogos tentarem explicar: a memória, a aprendizagem, a percepção, a motivação, os sonhos e principalmente o comportamento anormal.

Aristóteles (384 - 322 a.C.) - Foi criado com um grupo de médicos amigos de seu pai. Aos dezoito anos foi para Atenas, entrou para a Academia, onde se tornou discípulo de Platão. Defendeu alguns princípios platônicos nos seus escritos durante esse período na Academia, mas a sua inteligência e disciplina extraordinária fez com que ele fosse um dos primeiros e o maior crítico da teoria platônica das idéias, principalmente na Metafísica.

Em 334 a.C. regressou a Atenas, onde fundou sua própria escola, o Liceu. O seu estilo sempre foi predominantemente científico, mas muitos dos seus livros perderam-se por causa de constarem do Índice de Livros proibidos da Igreja Católica. Pode-se dizer que foi ele quem realizou um importante e decisivo trabalho de revisão e elaboração da história dos pré-socráticos.

Aristóteles argumenta que é a razão que controla os nossos atos e nela há o raciocínio a partir dos dados dos sentidos; contudo, para ele a relação sujeito - objeto era direta. O mundo é dividido entre orgânico e inorgânico, sendo o orgânico que encerra em si a capacidade de transformação. Assim, ele concorda com Platão que punha a essência do homem na alma. A função do homem é a atividade da sua alma, que segue ou implica um princípio racional, daí sua famosa afirmação: "O homem é um ser racional".

Podemos dizer que a ciência ocidental efetivamente começou com Aristóteles. Ele convenceu-se de que a infinita variedade da vida podia ser disposta numa série contínua e que existe uma «escada» da natureza, que evolui dos organismos mais simples para os mais elevados. Mesmo assim, a sua Fisiologia (ciência dos fenômenos físicos) era precária, pois acreditava em coisas como, por exemplo: que o cérebro é um órgão para resfriar o sangue; que o corpo do homem é mais completo do que o da mulher; na reprodução a mulher é passiva e recebe, enquanto o homem é ativo e semeia. Sendo assim, as características seriam predominantemente do pai.

Até o século XVII os filósofos estudavam a natureza humana mediante a especulação, a intuição e a generalização, pois se baseavam na sua pouca experiência. Até este período, o homem olhava para o passado a fim de obter as suas respostas. Somente aplicavam instrumentos e métodos científicos que já se tinham mostrado eficazes nas ciências físicas e biológicas. Contudo, ocorreu uma transformação substancial nos seus estudos, fazendo assim um estudo essencialmente científico, apoiado em observações e experimentações cuidadosamente controladas para estudar a mente humana, fazendo com que a Psicologia alcançasse uma identidade que a distinguiria das suas raízes filosóficas.

Com os avanços da Física e das novas tecnologias, os métodos e as descobertas da ciência cresciam vertiginosamente, fazendo surgir maravilhosas e extravagantes formas de divertimento nos jardins reais da Europa. Através da água, que fluindo através de tubulações subterrâneas, colocava-se em funcionamento figuras mecânicas que realizavam movimentos variados. Esses divertimentos aristocráticos refletiam e reforçavam o Espanto do homem diante do milagre das máquinas. Desenvolveu-se e aperfeiçoou-se todos os tipos de máquinas para a ciência, indústria e entretenimento, como relógios mecânicos bastante precisos, bombas, alavancas, roldanas, guindastes e outros, tudo isto criado para servir ao homem. Parecia não haver limites de criação e usos para essas máquinas. A idéia básica originou-se da Física (ou "filosofia natural" como era conhecida) das obras de Galileu, que implantou a idéia de que o universo era formado de partículas de matéria (átomos) em movimento, portanto, estaria sujeito a leis de medição, cálculo e passível de previsão. A observação e a experimentação, seguidos pela medição eram marcas distintivas da ciência e começou a ficar evidente que todos os fenômenos poderiam ser descritos e definidos por um número, ou seja, eram quantificáveis. Essa necessidade de Medição era vital para o estudo do universo como máquina e fez surgir diversos aparelhos de medição como termômetros, réguas, barômetros, relógios de pêndulo, etc. A relação deste fato, que se deu aproximadamente 200 anos antes do estabelecimento da Psicologia como ciência é direta e conveniente, pois isso deu sentido à uma forma que uma nova Psicologia, que estava a ser germinada, teria que adaptar, pois se todo universo era agora como uma máquina, ordenado, previsível, observável, mensurável, por que é que o homem não pode ser visto sob a mesma luz? Dito por outras palavras, os mesmos eficazes métodos experimentais e quantitativos, utilizados para revelar os segredos do universo físico, podiam ser aplicados na exploração e previsão dos processos e condutas humanas.

Quando o empirismo se tornou dominante, surgiu uma nova desconfiança sobre todo o conhecimento até então obtido, dos conceitos e da visão que se tinha das coisas, dos dogmas filosóficos e teológicos do passado, aos quais as ciências estavam presas. Vários homens contribuíram na elaboração de questões, tão importantes para a mudança. De entre eles, um destacou-se por contribuir diretamente para a história da Psicologia Moderna, libertando-nos dos dogmas teológicos e tradicionais rígidos que dominaram desde a época aristotélica. Esse grande homem, que simboliza a transição da Renascença para o período moderno da ciência e que representa os primórdios da Psicologia Moderna foi René Descartes.

A maior contribuição de Descartes para a História da psicologia Moderna foi a tentativa de resolver o problema corpo-mente que era uma questão controversa e que perdurava desde o tempo de Platão, sendo que a maioria dos pensadores deixaram de adaptar uma visão monista (mente e corpo são uma só entidade) e adaptaram a sua posição dualista: mente e corpo são de naturezas distintas. Contudo esta posição cartesiana implicava uma outra questão: Qual é a relação entre mente e corpo? A mente e o corpo influenciam-se mutuamente ou só a mente influenciava o corpo conforme se pensava até então? Descartes “absorveu” a posição dualista, mas defendia que a interação entre mente e corpo era muito maior que se imaginava e que não só a mente poderia influenciar o corpo, mas o corpo também influenciava a mente de uma forma muito maior do que se imaginava até então. Descartes argumentou que a função da mente era somente a do pensamento e que todos os outros processos eram realizados pelo corpo. Mente e corpo, apesar de serem duas entidades distintas, são capazes de exercer influências mútuas e interagir no organismo humano. Essa teoria foi chamada de interacionismo mente-corpo. Uma vez que o corpo está separado da mente e é formado por matéria física, este deve compartilhar então as suas características com todas as leis da Física que explicam a ação e o movimento.

Descarte concluiu que o corpo é como uma máquina, onde o seu funcionamento pode ser explicado por essas leis mecânicas da física. Descartes foi profundamente influenciado e influenciou bastante o espírito mecanicista do seu tempo. Por outro lado, por não possuir quaisquer propriedades da matéria, a mente tem como função o pensamento e a consciência; é ela que nos fortalece o conhecimento do mundo externo. Essa "coisa pensante" é livre, imaterial e inextensa (res cogitans).

Ora, uma vez que existe essa interação mútua entre corpo e mente, Descartes foi forçado a crer que havia um ponto no corpo onde essa interação poderia acontecer e, como percebeu que as sensações viajam até ao cérebro por percursos bem definidos, acreditou ser este o órgão responsável por esta interação. Mais precisamente a glândula pineal, pois é esta a única estrutura não duplicada no cérebro. Considerou então ser este o ponto onde acontecia a interação mente-corpo.

A obra mais importante de Descartes foi O Discurso do Método, que era dividido em seis partes. Nessa obra, Descartes estabeleceu que somente através da razão, que mediava todas as relações sujeito - objeto, é que se pode chegar à verdade sobre as coisas; o filósofo francês fez também severas críticas ao sensualismo dizendo que os sentidos podem enganar e, partindo as idéias de Galileu, disse que a chave para a compreensão do universo estava na matemática.

Após Descartes, a ciência moderna e a psicologia desenvolveram-se rapidamente e, em meados do século XIX, o pensamento europeu foi impregnado por um novo espírito: o Positivismo. Esse conceito foi obra de Auguste Comte que para tornar os seus conceitos o mais viáveis possíveis, se limitou nessa obra a apenas fatos cuja verdade estavam acima de qualquer suspeita, ou seja, somente aos factos que poderiam ser comprovados cientificamente, observáveis e indiscutíveis. Este espírito materialista gerou idéias de que a consciência poderia ser explicada através em termos da Física e da Química e os investigadores neste campo concentraram-se na estrutura anatômica e fisiológica do cérebro. Durante este período histórico, na Inglaterra, estavam em grande atividade um terceiro grupo de filósofos, os empiristas. Investigavam como a mente adquire os conhecimentos e diziam ser somente através das experiências sensoriais que isso acontece.

Positivismo, materialismo e empirismo converteram-se nos alicerces filosóficos de uma nova psicologia, onde os fenômenos psicológicos eram constituídos de provas factuais, observacionais e quantitativas, sempre baseados na experiência sensorial. O método dos empiristas apoiava-se completamente na observação objetiva e na experimentação, e diz que a mente se desenvolve através da acumulação progressiva das experiências sensoriais.

Desta forma, é nítido que estas idéias iam de encontro às teorias de Descartes, que dizia que algumas idéias eram inatas. De entre os empiristas britânicos, as suas principais contribuições para a Psicologia é-nos dada por John Locke (1632-1704) - Ensaio Acerca do Entendimento Humano - 1690, que começou por negar a existência de idéias inatas e que através da experiência o homem adquire conhecimentos, e que esse processo era composto de duas fases: as sensações e as reflexões e através das reflexões os indivíduos recordam e combinam as impressões sensoriais para formar abstrações e outras idéias de nível superior. A origem geral das idéias são sempre as experiência sou as impressões sensoriais, mas a formação das idéias de nível superior proporcionou a noção da associação de idéias, assim como a decomposição de processos mentais em idéias simples e a combinação dessas idéias passaram a ser o núcleo da investigação central da Nova Psicologia Científica. Uma outra doutrina importante de Locke foi a noção de

qualidades primárias (inerente aos objetos e independentes dos nossos sentidos) e as

qualidades secundárias (dependentes da pessoa que percebe). As qualidades secundárias só existem no ato da percepção e são de natureza subjetiva. Ora, isto vem numa tentativa de explicar o fato de nem sempre existir uma correspondência exata entre o mundo físico e a forma como este é percebido pelo sujeito. Isto fez com que alguém perguntasse se esta diferença de qualidades realmente existia ou se, todas as qualidade de alguma coisa não dependem somente da percepção e da subjetividade do observador. Quem levantou esta questão foi George Berkeley (1685-1753) - Um Ensaio Para Uma Nova Teoria da Visão (1709) e O Tratado Sobre os

Princípios do Conhecimento Humano (1710). A sua contribuição para a psicologia ficou nestes dois livros e no fato de ter concordado com Locke acerca de que todo conhecimento provinha do experiência, mas discordou quanto às qualidades primárias, dizendo só existirem as secundárias, pois todo conhecimento é ‘produto’ da pessoa que percebe ou experimenta. Alguns anos depois, esta oposição à idéia de

Locke foi chamada de Mentalismo, pois dava total ênfase aos fenômenos mentais. Tudo que podemos crer é naquilo que percebemos, pois a percepção está dentro de nós e portanto, é individualmente subjetiva, assim como se eliminarmos a percepção a qualidade desaparece, não existindo assim substância material de que possamos estar certos.

Outros três filósofos historiadores que contribuíram para a história da Psicologia foram David Hume (1711-1776), com a obra Tratado Sobre a Natureza Humana (1739), David Hartley (1705-1757) com sua obra: Observações Sobre o Homem, Sua Constituição, Seu Dever e Suas Expectativas

(1749) e James Mill (1773-1836) com sua obra: Análise dos Fenômenos da Mente Humana

(1829).

INFLUÊNCIAS FISIOLÓGICAS:

As influências da fisiologia na Psicologia ocorrem devido às diferenças individuais, dadas pelos fatores pessoais, que foram recebidas e sobre as quais não se tem controle. Trata-se da subjetividade influenciando na percepção dos fenômenos mentais. Os cientistas, no final do século XIX, passaram então à investigação e estudo dos órgãos dos sentidos, através dos quais, recebemos as informações acerca do mundo externo e temos as sensações e percepções. Vários foram os cientistas que recorreram ao método experimental para estudo da psicologia e realizaram estudos sobre o comportamento, os movimentos voluntários, involuntários e os movimentos reflexos. De entre eles, na Alemanha, tivemos quatro que são responsáveis diretos pelas primeiras aplicações desse método: Hermann von Helmholtz, Ernest Weber, Gustav T. Fechner e Wilhelm Wundt. Todos eles estavam integrados com o desenvolvimento da fisiologia e da ciência que ocorreu na metade do século XIX. Os seus trabalhos foram decisivos para a fundação da Nova Psicologia.

Helmholtz, através de pesquisas com rãs, realizou importantes experiências sobre a velocidade dos impulsos nervosos e o tempo que os músculos levam para responder. Realizando assim a primeira medição desse tempo, que antes se pensava que seria rápido demais para que pudesse ser medido. Realizou pesquisas também sobre a visão e a audição. Weber foi um pouco mais além de Helmholtz; realizou pesquisas no campo das sensações cutâneas e musculares, mas a sua principal contribuição para a Psicologia foi o seu trabalho designado de «Limiar de Dois Pontos», que consistiu em determinar a distância em que dois pontos de estimulação na pele pudessem ser discriminados como somente um ponto ou dois distintos de estimulação. Weber também realizou outras pesquisas importantes no que respeita à percepção, e mostrou que há relação direta entre um estímulo físico e a nossa percepção deste. Fechner era mais ligado a interesses intelectuais e em 1833, após muitos anos de trabalhos árduos, entrou em profunda depressão que durou vários anos, perdendo o seu interesse pela vida. Após uma breve melhora, Fechner percebeu que a quantidade de sensação (mental) depende da quantidade de estímulo (físico ou material), logo, que seria possível relacionar quantitativamente os mundos mental e material. Seria necessário, entretanto, que fossem medidos de forma precisa o estímulo físico e sensação mental. Medir os estímulos físicos era relativamente fácil, mas como medir se o estímulo estava ou não a ser sentido era uma tarefa que somente o sujeito pode determinar, através do relato da sensação. Isso foi chamado de Limiar Absoluto de Sensibilidade.

Fechner propôs também o Limiar Diferencial, onde a menor quantidade de mudança de estímulo produz ainda uma mudança de sensação. O resultado das pesquisas de Fechner foi chamado de Psicofísica, que significa um relacionamento entre os mundos mental e material. Através de seus métodos foi possível quebrar uma barreira imposta no início do século XIX, quando Immanuel Kant insistia que a Psicologia jamais poderia tornar-se uma ciência, pois seria impossível realizar experiências com processos psicológicos, que até então eram impossíveis de serem medidos.

Com algumas modificações, os métodos de Fechner na pesquisa dos problemas psicológicos são utilizados até hoje, sendo que já na época foram eles que nortearam todo o trabalho de psicologia experimental de Wilhelm Wundt. Este último deu à psicologia técnicas de medidas precisas e elegantes, fazendo dela uma ciência. Wundt estabeleceu o seu primeiro laboratório na Universidade de Leipzig, na Alemanha. Utilizou as técnicas usadas pelos fisiologistas e os métodos experimentais das ciências naturais. Apesar de utilizar o método reducionista, concordava serem os elementos da consciência entidades estáticas, mas que estes participavam activamente no processo de organização de seu próprio conteúdo, logo deu mais importância à essa organização do que aos elementos em si. O método de estudo de Wundt era o da introspecção analítica, cujo conceito ele adaptou de Sócrates, inovando apenas no uso de um controle experimental preciso no método. Considerava as sensações e os sentimentos formas elementares da experiência, apesar de considerar a mente e o corpo sistemas paralelos mas não interatuantes, e como a mente não dependia do corpo, era possível estudá-la eficazmente em si mesma.

Nos primeiros anos do Laboratório de Leipzig, Wundt teve que desvincular o seu trabalho de um passado não científico, cortando vínculos com a velha filosofia mental; deixou para esta última discussões sobre a natureza da alma imortal e o seu relacionamento com o corpo mortal, o que contribuiu ainda mais para seu trabalho científico e foi considerado um grande salto. Isto gerou algumas controvérsias, mas outros estudiosos participaram e se mantiveram unidos em termos de tema e propósito para a psicologia ser científica e não o "estudo da alma". Em 1892 uma versão da psicologia de Wundt foi levada aos Estados Unidos pelo seu aluno E. B. Titchener, que a alterou consideravelmente, propondo uma nova abordagem que denominou estruturalismo.

Apesar de ser a introspecção o seu método de estudo, Titchener criticou publicamente a abordagem wundtiana. Na sua abordagem própria, os observadores (que eram os próprios psicólogos), eram treinados e tinham que aprender a perceber para que pudessem descrever o seu estado consciente e não o estímulo em si. Muitas pesquisas foram realizadas sobre as várias qualidades das sensações básicas que foram"descobertas", apesar disso o estruturalismo apresentava algumas limitações óbvias, mostrando que o método de estudo, a introspecção formal, falhava por ser obscuro e pouco confiável, portanto fora do alcance do objectivo científico.

Outro movimento que veio remediar estas falhas foi o funcionalismo.William James (1842 - 1910), um dos mais influentes psicólogos americanos, professor de Filosofia em Harvard, não se identificou com nenhum movimento e via o estruturalismo como sendo limitado, artificial e extremamente inexato. Além disso, argumentou James, a consciência é subjetiva, está em constante movimento de evolução, é seletiva na escolha dos inúmeros estímulos que a bombardeiam e tem como papel principal a adaptação dos indivíduos aos seus ambientes. Vários psicólogos foram influenciados pela visão de James e como os processos mentais funcionavam para ajudar na adaptação dos homens em um mundo hostil. Apesar de se oporem fortemente ao estruturalismo, discordaram entre si em alguns aspectos. Isso fez com que o funcionalismo não pudesse mais se auto sustentar-se e, em 1912 surgiu um novo movimento norte-americano, o Behaviorismo. Liderado por John Watson (1878 - 1958), o Behaviorismo tinha a proposta de fazer da Psicologia uma ciência respeitável como as ciências naturais, algo só possível se os psicólogos utilizassem como objeto de estudo o comportamento observável, isto é, que pode ser mensurado, e métodos objetivos, pois os processos mentais pouco importavam por não serem passíveis de mensuração até então. A maior crítica do behaviorismo ao estruturalismo foi exatamente o objeto de estudo: a mente. Essa nova proposta atraiu vários jovens seguidores psicólogos americanos que se sentiram atraídos pela proposta objetiva, e o estilo fulgurante do Behaviorismo, que marcou bastante a psicologia norte-americana.

A filosofia principal do Behaviorismo começou por estudar os comportamentos controlados em laboratórios dos animais (os quais podiam ser comparados aos dos humanos), de acordo com estímulos que lhes eram apresentados. Com o passar do tempo essa filosofia foi ampliada pelas idéias de B. F. Skinner (1904 - 1990), uma dos mais importantes figuras do comportamentalismo.

Enquanto isso, na Alemanha, crescia a Psicologia da Gestalt (que significa forma, estrutura). Tanto o Behaviorismo norte-americano, como a Psicologia da Gestalt alemã, surgiram, em parte, como protesto, baseado nas críticas ao estruturalismo, mas a psicologia da Gestalt, no lugar decriticar o objecto de estudo, que no caso era a mente, vem criticar o método utilizado até então, que era o da introspecção. Para, além disto, critica também o reducionismo praticado pelos behavioristas.

Em 1912, Max Wertheimer (1880 - 1943), considerado o fundador da Psicologia da Gestalt, publicou um relatório sobre os seus estudos acerca do fenômeno que chamou de Movimento Aparente, ou seja, a impressão de movimento quando na verdade ele não ocorre. O cinema e as imagens de telas de TV são óptimos exemplos deste fenômeno, onde uma seqüência de imagens consecutivas nos é apresentada e essa consecução nos dá a nítida idéia de movimento. Com isso, pela primeira vez, foi demonstrado que "O todo é mais que a soma das partes", pois se uma imagem apenas nos for apresentada (reducionismo), a idéia principal que é o movimento simplesmente deixa de existir. É o mesmo que acontece com uma sinfonia, onde se somente uma nota for apresentada, perde-se a idéia da harmonia musical que esta proporciona ao conjunto. Paralelamente, mas alheio às influências da psicologia acadêmica, na Europa surgia um novo movimento chamado de Teoria Psicanalítica, onde Sigmund Freud (1856 - 1939) foi seu precursor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Alberto Cotrim, Fundamentos da Filosofia, SP, Editora Saraiva, 1993.

Chaui Marilena, Convite à Filosofia, SP, Editora Ética, 1994.

Duane P. Schultz & Sydney E. Shultz, História da Psicologia Moderna, Cutrix, 10ª. Edição, ed..

Linda L. Davidoff, Introdução à Psicologia, SP, McGraw-Hill do Brasil, 1983.

Rezende, António, Cursos de Filosofia, RJ, Jorge Zahar Editora, 1996.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Filosofia

CESSIN - Centro de Estudos Superiores de Santa Inês

Filosofia.

Prof°. Manoel de Jesus Fernandes

INTRODUÇÃO:

O sexto capítulo do livro 1 da Metafísica contém uma crítica explícita à filosofia de Platão, especificamente à teoria das Idéias, sistematizando as principais dificuldades do dualismo platônico, ou seja da relação entre o mundo das formas e o mundo natural. Alguns historiadores da filosofia grega consideram que Aristóteles retoma nesse texto algumas discussões acerca da teoria das Idéias já encontradas na própria Academia e que aparecem em certos diálogos platônicos como, por exemplo, na primeira parte do Parmênides.

A FILOSOFIA

Uma vez que estamos investigando esse tipo de conhecimento, devemos examinar o que são essas causas e princípios cujo conhecimento constitui Sabedoria.

Talvez fique mais claro se considerarmos as opiniões que temos sobre o homem sábio. Achamos, primeiro, que o homem sábio sabe todas as coisas, na medida do possível, sem ter ciência de cada uma delas individualmente; depois, que o homem sábio é aquele que consegue compreender coisas difíceis, aquelas que não são fáceis para a compreensão humana (pois a percepção sensorial, sendo comum a todos, é fácil e nada tem a ver com a Sabedoria); e, por fim, que em todo ramo de conhecimento um homem é mais sábio na medida em que está mais bem informado e é mais capaz de expor as suas causas.

Além disso, entre as ciências consideramos que aquela que é desejável por si mesma e pelo bem do conhecimento está mais próxima da Sabedoria do que aquela que é desejável por seus resultados, e que o superior é mais próximo da Sabedoria que o subsidiário; pois o homem sábio deve dar ordens, não recebê-las; também não deve obedecer aos outros, mas ser obedecido pelos menos sábios.

Tais são, em gênero e número, as opiniões que temos sobre a Sabedoria e o sábio. Decorre das qualidades aí descritas que o conhecimento de tudo deve necessariamente pertencer àquele que no mais alto grau possui conhecimento do universal, pois ele conhece em certo sentido todas as coisas particulares que o compõem. Essas coisas, a saber, as mais universais, são talvez as mais difíceis para o homem compreender, pois são as mais afastadas dos sentidos. E as ciências mais exatas são aquelas mais preocupadas com os primeiros princípios, pois aquelas baseadas em menos princípios são mais exatas que as que incluem princípios adicionais — por exemplo, a aritmética é mais exata que a geometria.

Além disso, a ciência que investiga causas é mais instrutiva do que uma que não o faz, pois é aquela que nos diz as causas de qualquer coisa particular que nos instrui.

Ademais, o conhecimento e o entendimento desejáveis por si mesmos são mais alcançáveis no conhecimento daquilo que é mais cognoscível. Pois o homem que deseja o conhecimento por si mesmo vai desejar sobretudo o conhecimento mais perfeito, que é o conhecimento do mais cognoscível, e as coisas mais cognoscíveis são os princípios e causas primeiros; porque é através e a partir destas que outras coisas vêm a ser conhecidas e não esses princípios através das coisas particulares por eles compreendidas. E é suprema e superior às subsidiárias a ciência que sabe com que fim cada ação deve se realizar, fim que é o Bem em cada caso particular e, em geral, o Bem supremo de toda a natureza.

Assim, em conseqüência de todas as considerações acima, o termo que estamos examinando inclui-se na mesma ciência que deve especular sobre os primeiros princípios e causas; pois o Bem, isto é, o fim, é uma das causas.

Que não se trata de uma ciência prática fica claro através de um exame dos primeiros filósofos. É pela indagação que os homens começam agora e começaram originalmente a filosofar, indagando-se em primeiro lugar sobre perplexidades óbvias e, depois, em progressão gradual, fazendo perguntas também sobre as questões maiores, como as mudanças da lua e do sol, as estrelas e a origem do universo. Ora, quem indaga e está perplexo sente-se ignorante (assim o mitôrnano é em certo sentido um filósofo, porquanto os mitos se compõem de indagações); de modo que, se foi para escapar à ignorância que os homens estudaram filosofia, é óbvio que procuraram a ciência pelo conhecimento e não por qualquer utilidade prática. O curso efetivo dos acontecimentos é prova disso, pois as especulações desse tipo começaram numa época em que praticamente todas as necessidades da vida já estavam supridas.

Então fica claro que não é por vantagem extrínseca alguma que buscamos esse conhecimento; pois, exatamente como dizemos independente um homem que existe para si mesmo e não para outro, assim dizemos que essa é a única ciência independente, porquanto é a única que existe para si mesma.

Por essa razão, é de supor justamente que a sua aquisição está além do poder humano, uma vez que sob muitos aspectos a natureza humana é servil; caso em que, como diz Simônides, “só Deus pode ter esse privilégio”, devendo o homem buscar somente o conhecimento ao seu alcance.

Com efeito, se os poetas estão certos e a Divindade é por natureza invejosa, é provável que seja nesse caso particularmente invejosa, e infelizes todos aqueles que excelem em conhecimento. Mas é impossível à Divindade ter inveja (com efeito, como diz o provérbio, “os poetas falam muita mentira”), nem devemos supor que outra forma qualquer de conhecimento seja mais preciosa que essa, pois o que é mais divino é mais precioso. Ora, só há duas maneiras pelas quais esse conhecimento pode ser divino. Uma ciência é divina se for tipicamente propriedade de Deus ou se ocupar-se de questões divinas. E só esta ciência preenche ambas as condições: porque (a) todos acreditam que Deus é uma das causas e um princípio e (b) é o único ou maior possuidor desse tipo de conhecimento. Conseqüentemente, embora todas as outras ciências sejam mais necessárias que esta, nenhuma a supera em excelência.

A aquisição desse conhecimento, no entanto, deve em certo sentido resultar em algo que é o reverso da perspectiva com a qual iniciamos a investigação. Tudo começa, como dissemos, com a indagação de por que as coisas são como são, por exemplo as marionetes, os solstícios ou a imensurabilidade da diagonal de um quadrado; porque, para quem ainda não percebeu, parece maravilhosa a causa pela qual uma coisa não é mensurável pela menor unidade. Mas devemos acabar com a visão contrária e (de acordo com o provérbio) a melhor, como fazem os homens mesmo nesses casos quando compreendem as causas; pois um geômetra não indagaria tanto uma coisa quanto o faria se a diagonal se tornasse mensurável.

Assim expomos qual é a natureza da ciência que buscamos e a que objeto
deve visar nossa busca e toda a nossa investigação.

Fundamentos de Psicologia

CESSIN - Centro de Estudos Superiores de Santa Inês

Fundamentos de Psicologia.

Prof°. Manoel de Jesus Fernandes

INTRODUÇÃO:

COMO TUDO COMEÇOU
PSICOLOGIA

A ciência psicologia estuda o psíquico, (a alma), dividindo-se em psicologia racional e psicologia empírica. A primeira estuda os alicerces básicos dos processos psíquicos, bem como a natureza e a essência da alma, a espiritualidade, a imortalidade etc.; já a segunda estuda os fenômenos psíquicos, descrevendo e formulando suas respectivas leis.

Tem-se afirmado que a psicologia é uma ciência com um passado longo, mas com curta história, pois já na Grécia Antiga existiam indícios dessa ciência. O escrito de Aristóteles, A cerca da Alma, foi considerado por muitos o primeiro manual de psicologia. Tales de Mileto, muito antes de Aristóteles, levou em conta essa ciência como básica para a vivificação. Deve-se a Hipócrates a teoria dos quatro temperamentos, completada por Galeno.

A psicologia nasceu como capítulo integrante da filosofia e assim permaneceu durante séculos. Era definida como a parte da filosofia que estudava a alma.

Até o século XVI, os fenômenos mentais eram estudados sob diversas denominações. Em 1590, o filósofo Goclenius criou a denominação psicologia (do grego: psique—alma elogia—estudo da).

No século XVII, outro filósofo influenciou a psicologia. John Locke deu grande importância ao papel que desempenham as impressões sensoriais para o desenvolvimento de nossa experiência.

Os problemas básicos da psicologia, desde a antiguidade grega até o século XVIII, eram a existência da alma, sua essência e natureza, vindo logo após o estudo da percepção, da memória etc. A partir do século XIX ocorreu uma alteração significativa. Sob a influência de outras ciências, como a física e a biologia, os psicólogos passaram também à investigação seguindo as tendências do século.

No século XIX, Darwin apresentou o livro A Origem das Espécies, propondo a teoria da evolução por meio da seleção natural. Essa teoria teve grande importância por ter mudado o direcionamento do estudo psicológico ao responder as dúvidas do homem sobre sua criação.

Em 1879, Wilhem Wundt montou o primeiro laboratório de psicologia, na Alemanha. Também desenvolveu um amplo sistema de psicologia dos povos, liderando uma escola conhecida como estruturalista.

No início do século XX surgiram dois grupos de psicólogos que começaram a discutir o método estruturalista: do primeiro grupo participaram William James e John Dewey, e do segundo, John B. Watson (comportamentalista).

Em 1912, floresceu a psicologia de Gestalt, psicologia da forma, que enfatiza a vivência do sentimento e a totalidade estrutural das informações sensoriais acerca da vivência de cada pessoa.

A psicanálise foi criada entre 1885 e 1939 por Sigmund Freud, que interpretou a doença mental como algo proveniente de desvios de personalidade, de problemas surgidos durante o crescimento e outros fatores originados externamente.

A contribuição que a psicologia gerou para a humanidade tem como ponto central o ser humano, por meio do desenvolvimento da alma, desenvolvimento do conhecimento e desenvolvimento da saúde mental.

Porque eu tenho de aprender Psicologia?

Você tem de aprender Psicologia, entre outras razões, para conhecer e entender melhor os outros e a si mesmo.

Psicologia é o estudo do “eu”; é a ciência que procura explicar o indivíduo por meio dos estudos e processos mentais.

A Psicologia nos mostra como lidar com as pessoas e como podemos atuar na sociedade sem ultrapassar os limites do outro e os nossos limites.

SIGMUND FREUD (1856 - 1939)

Psicólogo e psicoterapeuta austríaco, nasceu em Freiberg, na Morávia. Considerado o pai da psicanálise, formou-se médico, especializado em neurologia e, a partir daí, voltou-se para o estudo da histeria. Freud fixou a base das teorias psicanalíticas sobre a neurose, por meio da análise dos sonhos e da livre associação. Trabalhou na elaboração da psicanálise, que é um método de tratamento para distúrbios nervosos ou psíquicos, isto é, que são gerados pela psique. Esse trabalho tem como objetivo fixar relações e interpretar os conteúdos inconscientes de tudo o que o paciente apresentava ao psicanalista, sendo que ele tinha por obrigação desvincular os motivos psicológicos dessas relações aparentemente aleatórias. Publicou várias obras, como: A Histeria, escrito em 1895 com a colaboração de Josef Breuer; A Interpretação dos Sonhos, em 1900, e, em 1905, Três Ensaios sobre a Sexualidade, sendo essa última publicação uma tese sobre a sexualidade infantil, que é o centro do seu pensamento acerca da normalidade e anormalidade do desenvolvimento psicos-sexual. Sua teoria atingiu grande popularidade nas décadas de 40 e 50, influenciando muitos seguidores.

CARL GUSTAV JUNG (1875 - 1961)

Psiquiatra suíço que, juntamente com Freud, fez crescer as primeiras teorias psicológicas baseadas no inconsciente.

Apesar da psiquiatria ser o centro de sua obra, a psicologia também fez parte importante em sua vida. Logo que começou sua carreira trabalhou durante dez anos em investigações que geraram dois trabalhos: A Psicologia de Demência Precoce (que posteriormente foi denominada esquizofrenia); e O Conteúdo das Psicoses (1908), que foi consagrado como o estudo das psiconeuroses, principalmente por meio da associação das palavras.

Para Jung, Freud foi seu verdadeiro líder por causa de seus estudos e pensamentos que, de uma maneira geral, assemelhavam- se com os dele. Durante dois anos, Freud e Jung proferiram uma série de conferências e uma intensa colaboração científica do movimento psicanalítico.

Com o aprofundamento de seus estudos psicanalíticos Jung e Freud acabaram divergindo e confrontando diferentes pensamentos, o que levou à ruptura do relacionamento entre os dois.

Dentre as principais obras de Jung podemos citar Metamorfoses e Símbolos da Libido e Os Tipos Psicológicos.